quarta-feira, setembro 23, 2015

O sucesso é a viagem e não o ponto de chegada.



Já pensou se vc saisse de casa e usasse uma venda nos olhos para tudo o que achasse chato. Andar na chuva até o ponto de ônibus...chato...olhos vendados, subir no ônibus cheio...chato, olhos vendados, trânsito e vc em pé...chato, olhos vendados e calmante na veia, descer do busão com chuva...chato, olhos vendados, trabalhar num emprego chato, chato...olhos vendados o dia inteiro...e sua vida fosse assim passando entre poucos momentos de olhos abertos e olhos vendados. Já pensou se você tivesse um aparelho que te permite se desligar do mundo e vendar os olhos toda vez que você achasse o ambiente ou a situação monótona? E se este aparelho tivesse jogos, whatsup, facebook....uou..legal, olhos vendados sempre que tudo estivesse chato. Dai você passaria uma boa parte da sua vida olhando pra um aparelhinho e sem falar com ninguém chato, legal... sem ouvir um conselho chato, muito legal... sem se relacionar com um mundo chato, mais legal ainda.. E você percebesse que se passaram cinco, seis, vinte anos de sua vida tão rapidamente que você nem notou. Sua velhice chegou e você passou uma vida inteira de olhos vendados para não ver nada chato, assim como "Gautama" era vedado de ver o sofrimento e a miséria por seu pai. Em seu ultimo minuto de vida talvez você pensaria quanto tempo perdeu de sua vida hipnotizado por filmes medíocres, piadas sem graça, jogos viciantes e tudo porque resolveu um dia comprar um celular?


 

sexta-feira, setembro 18, 2015

É Deus no céu e o cel na terra

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Cansei do meu lugar lá em cima e desci as escadas para ver mais de perto como estavam as coisas embaixo. Olhar de lá por meio dos olhos dos homens já não era a mesma coisa. Com o tempo passei a ver cada vez menos pelos olhos deles.Primeiro veio o radio e a tv que os deixava hipnotizados ouvindo coisas ou vendo uma tela.Depois fiquei, desde a invenção do computador vendo coisas escritas pelas telas que eles viam e depois muitas imagens. Era pequeno e pouco o tempo em que eu via o que realmente criei, visto que eles já não contemplavam mais a natureza. Depois vieram os outros aparelhinhos como celular, tablets e players, bom, dai eu via bem pouco e ouvia mais. Músicas de todos os gêneros. Fiquei realmente entediado ao olhar pelas câmeras dos olhos dos homens. Era como se tivessem um cabresto ou uma venda nos olhos. Poderiam passar por uma feira, com frutas coloridas, depois por uma cena de assalto com tiro e tudo e nada, nada os demovia de olhar para a telinha e teclar impacientes. Resolvi descer um pouco para ver eu mesmo como é que estão as coisas. Vi que a maioria deles, ao menos os que moram onde tem internet ficam num tal de facebook, teclando feito loucos ou assistindo tragédias ou filminhos caseiros. Resolvi então ver este programa com meus próprios olhos. Me hospedei num hotel fuleiro perto da Praça da Republica pra não dar muito na vista de que eu era eu, já no quarto, fiz aparecer a minha frente um laptop do ultimo tipo e fiquei olhando as coisas que apareciam no tal facebook. É incrível como minhas criaturas querem ser como eu. Eles agora podem estar em mil lugares ao mesmo tempo e vêem coisas que estão em todos os lugares. Comecei a classificar o que via no tal facebook:
"Perae, xove esse aqui"...Um mendigo sentado no chão e chegam umas pessoas que cantam e o ajudam...muito bom, compaixão.
Um cachorro que foi atropelado e anda com rodinhas..bom. amor aos animais. o que? Nossa, quanta gente se xingando aqui nos coments deste post politico pensei, ...porque será que eles estão se odiando tanto se nem se quer se conhecem?
Videos de crimes gravados ao vivo. Ladrões que mataram na frente das câmeras e fugiram, ladrões que foram pegos e quase linchados, um estuprador que foi massacrado a pauladas....e o que? milhões de views e gente "curtindo" isto....nossa, Que triste .
Fiquei ali por dias olhando aquilo tudo. De vez em quando me levantava e ia até a janela olhar o movimento na Praça da Republica. Certa manhã resolvi descer e respirar o ar que eu mesmo criei. Era domingo, feirinha na praça . Mendigos aqui e acolá, um bando criaturas minhas passando, mal olhavam tudo que havia em volta. Olhavam seus celulares e teclavam sem parar. Havia uma certa beleza na praça. Quadros de pintores sem fama, artesanato de artesãos pobres e não tão pobres, incenso...adoro incenso de mirra. Eu passava e via todas aquelas coisas lindas que eles fizeram. Beleza pura. Mas, achei que estava na hora de voltar e contar aos meus filhos lá de cima como estavam as coisas por aqui e designar algum deles para a nova missão: Fazer os filhos dos homens olharem mais para dentro de si, para as coisas que criei, para o próximo e para as coisas simples da vida.