domingo, março 20, 2005

O canto da cigarra

O c a n t o d a C i g a r r a

Dizem que lá para as bandas de Mato Grosso do Sul, na cidade de Rio Brilhante, existia uma cigarra que era muito convencida de suas qualidades musicais .Todos os dias, Mal o Sol saia, lá estava a cigarra com sua violinha e aquela voz de taquara rachada importunando toda a vizinhança.
----Isto já está passando dos limites!! Gritava dona Aranha. --- Um dia ainda te pego em minha teia e aí eu quero ver você cantar.
Seu Grilo, que era muito esperto, também não via a hora de se livrar da cigarra. Mas ele era muito inteligente e detestava violência e gritos. Como éra do meio musical, e todos sabiam disso, decidiu contar uma lorota para ver se a cigarra acreditava e sumia de vez da vizinhança.
Um dia, o grilo foi visitar a cigarra e depois de cumprimenta-la disse:
--- Comadre Cici, não é que lá no planeta Marte tão fazendo um grande concurso de moda de viola? Tão sim .Bem que a comadre podia se inscrever, aposto que iria ganhar o grande prêmio.
--- E que prêmio é este? Perguntou a cigarra curiosa.
--- Disseram que quem vencer o concurso vai ganhar tanto dinheiro que poderá passar a vida inteira cantando.
A cigarra não teve dúvidas, pediu logo ao seu compadre grilo que a inscrevesse no festival.
O grilo disse que ia fazer a inscrição com uma condição; que a cigarra arrumasse as malas e ficasse sempre pronta para partir para Marte. Além disto, para preservar sua voz, ela não poderia cantar mais até que os marcianos a viessem buscar. Éra também uma questão de exclusividade, eles não gostavam de dividir a voz de seus talentos com ninguém antes do festival. O meio de transporte que usariam para levar a cigarra éra o mais moderno que existia. Eles iriam desintegrar o corpo da cigarra, e as particulas reapareceriam em Marte em pleno festival.
Depois de todo este sermão do grilo, a cigarra Cici concordou com as cléusulas do contrato convencida de que estava em boas mãos, e o grilo se despediu dela e foi para casa contente por ter cumprido a sua missão.É claro que era mentira o que dissera sobre o concurso e sobre os marcianos.
Passaram-se os dias e a cigarra cumpriu o trato. Não cantou mais esperando pelos marcianos.A vizinhança estava mais sossegada, mas dona formiga começou a achar estranho que não havia movimento nenhum no apartamento da cigarra. Apreensiva, chamou seu grilo e dona aranha para irem juntos visitar a comadre Cici. Quando chegaram lá, qual o espanto! Só a casca de dona cigarra estava grudada nas escadarias da arvore em que vivia. O corpo dela deveria ter se desintegrado e ido para Marte mesmo.
O senhor grilo se perguntava quanto dinheiro a cigarra deveria estar ganhando em Marte.Se ele soubesse que sua mentira era uma verdade, ele também teria ido para o festival. Depois de alguns dias da visita dos bichos o canto rouco da cigarra voltou a ecoar pelas arvores
--- Deve ser outra cigarra chata, disse o grilo. Mais uma que tenho que enviar para Marte.

Rudi Santos

Historias da pequena Anne

O CORAÇÃO SEM AMIGOS

Era uma vez um coração que não tinha nenhum amigo.
Mas um dia ele resolveu dar uma volta e conhecer amigos.
Ele encontrou uma tartaruga que disse que queria ser sua amiga.Ele também conheceu vários bichos que queriam ser amigos dele.E então todos os bichos da floresta passaram a visitar o coração todos os dias e ele não é mais um coração solitário.

Anne Santos - 6 anos - Não tem irmãos .