segunda-feira, maio 30, 2016

Historia para netos e filhos. Conte e explique o que aconteceu.

Uma historinha pros seus netos. Você vai ter que explicar muita coisa...mas contar uma historia sempre vale a pena.



Uma historinha pros seus netos. Você vai ter que explicar muita coisa...mas contar uma historia sempre vale a pena.

Era uma vez um país,
 Brasília era a capital
 Ali aconteceu esta história,
 pode parecer banal,
 mas sujou sua memória
 e foi na democracia
 um golpe quase mortal

Cunha não tinha reinado,
 Só dinheiro na Suíça,
 então ele disse pôxa,
 vou fazer um impeachment,
 me livro da lavajato
 E ainda crio o reino coxa!
 Sou ladrão, isto é sabido,
 mas meu povo é muito trouxa.

Adeptos fanáticos,
 vestidos de verde e amarelo
 surgiram por todo o lado.
 batendo suas panelas,
 repetindo um refrão
 que foi por seu rei criado.

"Petralhas safados"
 "Petralhas ladrões"
 "Peguem os canalhas"
 "Apontem o canhão"
 "Morte a rainha"
 "Prendam o de barbinha,
 esse é o chefão"
 "A nossa bandeira"
 "A nossa missão,
 é acabar com a malvada corrupção"

Mas amigos de vermelho,
 gritavam do outro lado
 "Será que não estão vendo
 isto é Golpe de Estado"
 a cada grito que davam,
 com o barulho que faziam,
 aos poucos ensurdeciam
 aos coxinhas mais irados.

Cunha olhava a tv
 No espelho se sentia
 Somos milhões de Cunhas
 seu exercito coxa dizia
 Homens e mulheres com vuvuzelas
 verde e amarelo até a unha
 Batiam suas panelas
 Dando um bom respaldo a Cunha.

Era um país complicado
 Nele haviam três castelos
 tinham nomes esquisitos
 por fora muito bonitos
 mas por dentro nada belos.

Um castelo principal,
 se chamava executivo
 tinha por finalidade,
 executar com lealdade
 Toda lei, toda vontade,
 do castelo legislativo

O castelo legislativo,
 cheio de ogros de um só olho
 Fazia leis cheias de brechas
 Pensando em como um dia
 se fossem pegos transgredindo
 escapariam sorrindo
 e rápidos como flechas.

E, como nada é perfeito
 Tinha que ter um castelo
 Que vigiasse os dois vizinhos
 Era o castelo do direito,
 onde urubús de togas,
 destes que rodeiam carniça
 fingissem que ali estavam
 para realizarem justiça.

Cunha como ogro que era
 vivia no legislativo
 tinha um olho no umbigo
 era réu na lavajato,
 mas para não ter castigo
 dava ração aos urubus
 dos quais ele era amigo.

No castelo Executivo
 vivia a rainha sem mácula
 mas para poder governar
 Teve que em sua chapa deixar
 ser colocado como vice
 Um certo, um tal... conde Drácula.

Cunha então ficou pensando:
 Se me livro da rainha
 Conde Drácula é da noite
 Posso governar de dia
 Ligou pro palácio ao lado
 e conversou um bocado
 sobre o que Drácula faria.

Para por fim a esta história horrenda
 que ainda não acabou
 eu vou contar bem depressa
 o que Cunha combinou.
 Ele disse aos outros ogros

Prendam a rainha de vermelho e o barbinha pentelho
 Se motivo não acharem
 a gente inventa um aparelho
 que ligado e assistido pelo exercito de coxas
 fabriquem verdades nos ouvidos
 dos muitos milhões de trouxas.

E no dia combinado,
 Cunha então perpetuou
 grande palco então montado
 onde cada ogro votou
 Sim, retirem a Rainha
 Todo o poder é de Cunha
 Mesmo sendo o rei dos ladrões
 não lhe toquem numa unha.

Neste dia, um domingo,
 os corvos do castelo judiciário
 Fingiram estar dormindo
 Então ogros foram surgindo
 por Cunha liderados
 e seus votos foram emitindo
 até o golpe ser confirmado

Depois, deposta a rainha
 Conde Drácula assumiu
 E de cara foi falando
 Aqui tudo vai mudar
 vou chamar dia de noite,
 para os artistas açoite,
 dia e noite vou reinar

Sai então de cena o Cunha,
 porque coxas arrependidos
 e mais vermelhos unidos
 faziam muito protesto.
 Cunha achou melhor ficar
 em seu sarcófago mor
 e de lá suas ordens dar
 e então perpetuar o
 "Quanto pior, melhor!".

Cunha se conformou, afinal da escuridão
 poderia dar as ordens através de Maranhão
 muitas manobras fizeram,
 para derrubar os vermelhos
 Vale o voto, ou não vale
 dos idiotas brasileiros?
 Ah, que votos nas urnas que nada,
 Maranhão fez no outro dia,
 Acaba com esta palhaçada e prende logo essa tia!

As primeiras ordens dadas
 por Cunha, o sinistro,
 foi para que 7 irmãos metralha
 dos piores, dos mais canalhas
 processados pela lavajato
 virassem então ministros.

Drácula fez direitinho,
 tudo que cunha mandou
 acabou com a cultura,
 Na educação pois ferradura
 A TV Brasil reformou.
 Cérebro aqui não precisa
 Quero que a programação
 tenha futebol a vontade
 Assim este povo besta,
 baba de segunda a sexta
 E eu faço muita maldade.

Se você estava esperando,
 esta história ter bom fim
 Vou lhes dar o carteado,
 Ogros ainda votarão,
 para que a tal rainha,
 precedida por Barbinha
 vão pro fundo da prisão.
 o fim cabe a você decidir

Vai ficar com conde Drácula
 o vampiro brasileiro?
 Vai deixar os 7 metralhas
 Tranformarem o Brasil num pardieiro?
 Drácula brincando de casinha,
 fazendo com Marcelinha
 a farra com seu dinheiro?

O fim quem escreve é você
 Se ao invés de distribuir renda,
 você a quer concentrar
 pense que no dinheiro de Cunha
 suas mãos jamais vão pousar.

Mas se quer democracia,
 resolução sem truculência,
 deste problema político
 que a todos tras a falência.
 Pense, se é este o jeito
 de conseguir competência:

 Dracula fazendo a festa,
 com Cunha e caviar
 de seu dinheiro eles não tem dó
 E impostos vão aumentar.
 Os corvos sempre dormindo,
 você a Globo assistindo
 achando que este problema
 se resolve por sí só.

Qual historia vai contar,
 se deixar que estes insetos,
 façam a festa no Brasil
 o que dirá para os seus netos?

 Fim?

Autor: Rudi Santos
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sexta-feira, março 04, 2016

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quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Eu tô com fuoooooome!

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Eu Tô Com Fuooooooome!


Que fome. Eu que sou apenas um blog mau alimentado é que sei a fome que passo!  Depois que inventaram de por a boca no trombone nos podcastings (ou seria podcasts?) e no youtube que tem imagem e tudo, minha vida de blog piorou muito. Ainda mais porque meu dono nem tem tempo para me alimentar mais. Ele só acha que pod e youtube é melhor porque fala e mostra. Pô, se ele me fizer falar, eu também falo. Olha só como estou falando! Tá certo que até hoje falei para ninguém. Meu mau e dos meus amigos é este. Ninguém ou quase ninguém lê muitos de nós e muitos lêem poucos de nós. Já dizem até que a blogosfera morreu. Não morreu não, hó eu aqui hó, tá vendo, to dando tchauzinho...não para ir embora é claro, só para dizer que eu existo. Mas se você está me lendo, por favor, entenda uma coisa. Blog que não comunica, se estrumbica. Ponha um link meu no seu blog. Me dá esta chance vai! Sabia que é assim que os podcasts pretendem sobreviver? É sim, colocando links dos outros e fazendo propaganda de outros para que subesistam. Então, faz meu jabá, meu ad, seja meu amigo. antes que meu dono pense que eu não causo audiência e crrrrr, me corte o pescoço. Bom, mas uma coisa ninguém POD negar, todo podcaster ou youtuber que se prese tem um blog. É, ao menos para isto servimos, para segurar os links dos nossos filhos. Sim porque nós viemos primeiro, nem bem chegamos já tão querendo tirar a gente de cena. há não...
A gente ainda vai pegar muita onda. Bom, te dei tempo, pensou com carinho na minha proposta? põe um link vá...

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Viagem pra não sei onde...


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Viagem pra não sei onde

-Não vai caçar hoje Saidur? Perguntou Deteo sua esposa.
-Não. Preciso fazer a grande viagem até a caverna de Aissai o guru.
-Mas porque você tem que ir, tenho mal pressentimento sobre isto, não vá.
-Deteo, tenho que ir, é o ritual. Todos os líderes das outras tribos já foram e chegou minha vez. Tenho que saber das previsões. Não posso trair nossa tribo.
-Então vá, mas volte logo, disse Deteo. Viram guerreiros da tribo Odar acampando aqui perto. Eles podem nos atacar a qualquer momento.
-Não se preocupe mulher, a tribo de Odar é muito menor em número que a nossa. Teriam que se unir aos Ogg para poder nos derrotar. Eles jamais fariam isto. Há odio entre eles e todas as tribos porque são traiçoeiros. Vou enviar alguns guerreiros para ver se este acampamento ainda está no mesmo lugar e se estiver, expulsamos eles.

Odar era um líder muito mal. Sua tribo traia todos os tratados que eram feitos entre os homens. Estavam quietos havia um tempo e se distraiam com o fogo que roubaram da tribo dos Ogg, mas o conselho de Odar sempre estava tramando alguma invasão. Eles eram impiedosos e não sobrava nada das tribos que eles atacavam. Só que não eram loucos de atacar a tribo do Grande Saidur . Em número de guerreiros eles eram inferiores, era um deles para cinco de Saidur.
Saidur começou sua viagem santa nas primeiras horas da manhã. Caminhou por florestas, montanhas e acampou no topo da cordilheira de onde ainda podia ver sua tribo. A caminhada longa que faria era um sacrifício pela paz pois, sabendo das previsões de Aissai poderia evitar guerras sem sentido e, ja que sua tribo era a mais numerosa do território onde vivia, tinha que ter pulso firma nas decisões para manter a ordem entre as outras tribos que brigassem. Todos os lideres das outras tribos respeitavam Saidur como um lider de paz, menos Odar.
Os homens que foram mandados ao acampamento dos guerreiros de Odar, quando lá chegaram só encontraram restos de comida, cinzas  e uma gosma preta estranha que nunca tinham visto. Voltaram para a tribo sem alardear nada, porque nada viram além de um acampamento espião normal. Mas era de costume as tribos se vigiarem, então, sem novidades.
Saidur naquela noite, dormiu e teve sonhos atordoantes com bolas de fogo que vinham do céu e destruiam tudo, mas achou que era apenas um sonho e continuou seu caminho na manhã seguinte
para a gruta do gurú. Ultrapassou um deserto onde quase morreu de sede. Sua pele estava queimada e ardida quando o deserto findou, mas a viagem estava quase no fim. Entrou numa trilha que, novamente dava em uma floresta e caminhou até ver uma pedra muito grande no meio da mata. No alto da pedra estava sentada uma figura esguia de um velho. Segurava na mão um cajado todo torneado que tinha na ponta uma cara de boi almiscarado, que era o simbolo da sobrevivência e da fartura. Sua barba branca e cumprida denunciavam sua idade avançada de 150 anos. Aissai estava em sua meditação profunda, mas pressentiu a aproximação de um guerreiro pelo cheiro de suor que exalava o homem lá embaixo.
-Aissai, gritou Saidur, venho em paz.
Aissai respondeu - Sempre em paz filho, suba aqui.
-Aissai, disse o guerreiro quando se sentou ao lado do gurú curandeiro, eu vim pelo ritual das visões para poder manter a paz.
-Bom, meu filho. Mas as visões podem dizer coisas muito incômodas hoje, está preparado?
-Sempre Aissai. Tive um sonho horrível na noite passada, será que foi algum presságio?
-Sempre é filho, respondeu o velho, só depende de sabermos interpretar. O que você viu?
-Vi grandes bolas de fogo que caiam do céu e destruíam toda uma aldeia.
-As bolas de fogo? Então você também viu?
-Sim oh grande gurú, o que significam?
-Eu as vi em minhas meditações.  Elas significam o que você viu mesmo. Destruição total e vejo mais agora. A aldeia destruída será a sua. Odar se associou aos demônios do fogo, controlou as bolas de fogo e consegue lançá-las a grande distância agora. O povo atacado nem vai ver de onde vem as bolas, pensará que são os deuses castigando. Tudo ficará incendiado na aldeia, a própria correria já matará alguns, depois virão mais bolas de fogo e matarão quem for por elas atingido e em seguida, se aproveitando da confusão, os cavaleiros de Odar se aproximarão, mesmo que em menor numero, matarão a todos filho, todos. Você tem que tentar impedir isto.
-Eu tenho que ir então Aissai. Meu deus, minha mulher e família estão lá, meus amigos, meus pais, meus filhos. Tenho que ir. Obrigado Aissai.
-Corra filho, vá. Lamento terem as visões sido tão cruéis com você e sua tribo.
Se cumprimentaram e Saidur saiu em disparada mal se lembrando do cansaço da viagem até ali.
Correu muito, nunca correra tanto. Fez todo o caminho de volta na metade do tempo em que foi. Quando chegou na aldeia pensando que daria tempo de traçar uma estratégia para conter Odar, viu o caos. Todos mortos. Sua família, seus amigos, todos os que estavam em tendas e muitos que sairam das cavernas pelo barulho para ajudar acabaram morrendo.
Saidur pos as mãos na cabeça ao ver aquele horror. Horror por todos os lados. Horror, horror. Viu sua família morta, sangue, muito sangue. O ódio tomou conta de seu ser. Gritou com uma voz desesperada alto, muito alto.
-Odar, o sangue de minha tribo clama por justiça. Você será punido.
De repente ouviu barulho de um exercito que chegava. Eram soldados de todas as tribos que foram mandados telepaticamente por Aissai, o gurú,   para evitar a chacina e controlar o mau, mas chegaram tarde e o mau ja havia sido feito.
Saidur cremou os mais próximos e alguns da tribo que conseguiram sobreviver por estarem em profundas cavernas se juntaram a ele e cremaram todos os mortos em grandes piras com a ajuda dos guerreiros dos exércitos aliados.
Saidur queimava de ódio por dentro. Planejou então o grande ataque contra Odar. Calculou um ataque surpresa onde não haveria tempo de Odar preparar e lançar as grandes bolas de fogo com betume, substância que aprendera a usar para manter as bolas incendiadas. Quando tudo estava preparado, ao invés de ir com grande estrondo, fez um grande cerco com os soldados dos exercitos aliados, mas entrou no meio do cerco com seus melhores guerreiros a noite e sorrateiramente. Foi pegando uma a uma das sentinelas sem deixar que os soldados soltassem um pio. Naquela noite ele descumpriu todos os tratados, assim como Odar tinha feito. Matou um a um seus inimigos enquanto dormiam. Os que porventura escaparam foram mortos no cerco maior quando tentavam fugir da ira de Saidur. Não sobrou nada da tribo de Odar, nem crianças, nem mulheres, nem velhos. Ninguém foi poupado. Só assim a ira de Saidur foi aplacada e ele voltou a sua terra. Agora sua tribo era muito pequena e ele tinha que recomeçar.
Saidur envelheceu e carregou consigo até a morte a dor de perder as pessoas que amava, mas também a culpa de ter se igualado a Odar na covardia de ter matado mulheres, velhos e crianças. Ele sempre refletia sobre o que fêz e, se mais velho e experiente fosse, jamais teria agido daquela maneira. O rei da vingança, foi este seu apelido até o fim de sua vida. Muitos ainda contaram sua historia por muito tempo depois que veio a morrer com 250 anos.
Esta foi uma de minhas vidas passadas. Vi, senti, chorei meus mortos e senti cada gota do ódio que Saidur sentiu. Vivi cada momento da lembrança desta que foi a mais sangrenta das vidas que vivi durante uma regressão a vidas passadas. Me lembro da culpa que carreguei nos ombros pela grande vingança que cometi e do alívio que a morte foi para mim quando em fim deixei minha tribo naquele maravilhoso e verde vale e corri para a grande luz que me ofuscava.

Rudi Santos

terça-feira, fevereiro 02, 2016

O mago das plantas que curam

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                                O mago das plantas que curam


Não quero imitar outros que falam de suas vidas como se ja estivessem mortos . Não, estou vivo, vivinho da silva. Sou apenas um menino de oito anos que tem lembranças estranhas. Não sei de onde elas vêm, mas sei que são bem reais, juro que parece que vivi de verdade as coisas que lembro quando estou aqui, sentado embaixo desta mangueira escrevendo em meu diário. Fora as lembranças eu, outro dia, sentei no piano que minha mãe acabou de comprar e toquei uma música da qual me lembrei. Minha mãe disse que toquei perfeitamente a nona sinfonia de um tal de Beethoven. Não sei quem é, acho que ele foi um músico famoso. Mas as lembranças que tenho não são da vida de Beethoven. Andei pesquisando e notei que a vida dele não tem nada a ver com a das lembranças que eu tenho. Mas, vamos fazer assim. Eu vou fingir que estou contando uma historia para meu diário, este que escrevo agora. E você, se por acaso um dia vier a ler o que escrevo, vai esquecer que sou apenas um menino, sentado embaixo de uma mangueira sentindo o cheiro maravilhoso de manga madura a beira de um rio e simplesmente vai embarcar em minha historia.
Era uma casa de fazenda, um casarão com jardins em volta de toda ela. Haviam flores de todo tipo e todas as cores enfeitando os arredores. Coqueiros altos balançavam sempre ao sabor dos ventos e grandes gramados verdinhos verdinhos. Em frente a casa, canteiros de flores as vezes quadrados e as vezes em forma circular. Era o que dava para ver da sacada ampla da casa. Eu aprendi a tocar piano desde bem pequeno, lembro-me de um lindo piano de calda que havia na sala ampla do casarão.
Não que isto fosse importante, mas estávamos, eu e minha família morando nos Estados Unidos. Foi no tempo da primeira guerra mundial. Meu pai era um caixeiro viajante  muito bem sucedido.  Eu, para dizer a verdade, pelo que me lembro nunca conheci meu pai a fundo. Ele nem parecia gostar de crianças e eu era seu filho único. O velho estava sempre viajando e eu quase não o via. Minha mãe casara-se por amor quando meu pai ainda era um pobre diabo. Este amor parece que foi se apagando com o tempo e se transformando em solidão com a ausência de meu pai da fazenda. Ela bebia muito e vivia enfurnada em seu quarto curtindo uma dor de cabeça de uma ressaca interminável. Tínhamos vários escravos. Eles eram em torno de uns 50. Eram a princípio poucos, uns 15 talvez, mas ele se reproduziram e reproduziram e se tornaram muitos, ao menos era esta historia que ouvi meu pai contar sobre eles. Eu nem sabia que eram escravos, hoje tendo estudado historia eu sei. E, sabe porque eu não me dei conta disto? Porque eles me criaram desde bebê. A Naná era minha ama de leite e me amava como a um filho. O Papou, marido de Naná era mais do que um pai para mim. Eu mais vivia com eles do que com meus pais. Papou me ensinava tudo sobre o jardim e as plantas. Ele tinha um jardim só de plantas que curavam todas as doenças. Ele sempre me dizia:

-Doença que planta não cura fio, é doença que a alma aceitou e não quer largar mais. Do resto tem planta que cura toda doença.

Me lembro com uns sete a oito anos em minha primeira lição com Papou Saiasi. Ele já era adulto e tinha filhos, mas me tratava como um deles. Eu e seus três meninos, um de sete, outro de oito e outro de nove anos eramos para ele seus quatro aprendizes de curandeiros. Papou Saiasi tinha que passar a frente seus conhecimentos e ia caminhando no meio do seu jardim com seus 3 filhos negros e eu, o patinho feio da turma, o filho branco. Ele ia dizendo.

- Tão vendo esta planta aqui? Esta chama chapéu de couro. Serve pra curá reumatismo de velho e inté reumatismo de sangue. Tá vendo esta arvre aqui, quando menino tivé perdido na mata e precisá dicumê é só riscá a casca que sai leite. Notem bem cumé a foia dela e a casca dela. Tem que aprendê direito pra num si invenená. Prova aqui meninos.

Eu e os meninos provamos, o leite tinha gosto de amendoim, era bom.

 -Mas não pode bebê muito, disse ele em tom sério, só bebe pra se alimenta e dispois para. Senão dá dor de barriga.

Ele nos ensinava um pouco todos os dias enquanto trabalhava no jardim arrancando as tiriricas e outras hervas daninhas. Tinha folhas que curavam hematomas, chas que curavam desinterias e até a cura para o diabetes ele tinha. Para mim aquilo era pura magia. Curar a dor de alguém com uma planta amiga, pôxa, que bacana!
 E assim, todos os dias eu acordava já pensando em ir explorar o jardim de Papou Saiasí. Minha mãe quase nem tinha contato comigo. Só me via de vez em quando para me dar um beijo com cheiro de rum ou Whisky. Eu sinceramente não tenho ideia de onde ele conseguia tanta bebida.
Um dia, recebemos a visita de um cavaleiro. Meu pai que havia saído de casa para uma de suas viagens estava ja há meses sem dar noticia.

-Infelizmente venho lhe dar más notícias, disse o cavaleiro a minha mãe. Seu esposo faleceu. O navio em que ele estava levando sua carga foi atingido por uma bomba jogada de um avião. Acho que foi confusão ou maldade do piloto de caça. O navio se quebrou em dois e afundou  e, como e estava em alto mar, não deixou nenhum sobrevivente.

O cavaleiro se retirou dando as condolências e minha mãe se pôs a chorar daquele em dia em diante para nunca mais parar até morrer de tristeza e cirrose pouco tempo depois.
Foi assim que os escravos então passaram a cuidar de mim e de minha fazenda. Eu, quando fiquei um pouco mais velho, pedi que Papou Saiasí e sua família, que antes moravam na senzala, viessem morar comigo dentro da casa de meus pais. Eu havia dormido sozinho por tempo suficiente e as vezes, a noite eu acordava no teto, olhando para baixo e vendo meu corpo dormir lá na cama, la embaixo. Aquilo me dava medo. Dai contei para a Naná e o Papou e pedi encarecidamente que eles nunca mais dormissem longe de mim. Eram para mim pais adotivos amorosos e carinhosos. Eu adorava meus irmãos negros e pedi a eles que dali em diante me adotasses e fossem para mim a família que eu havia perdido, o que fizeram de bom grado para minha felicidade.
O tempo passa muito rápido em nossas vidas. Cresci nesta comunidade de ex-escravos que fiz questão de alforriar assim que pude assinar papéis por conta própria. Dos 50 escravos que meu pai tinha eles viraram 70 depois de algum tempo e formaram então a primeira comunidade de negros livres de Wisconsin. Os amigos de meu pai branco me ajudaram a continuar meus estudos e me formei em medicina. Era um bom médico e cuidava de todos os que me cercavam, tivessem dinheiro ou não. Meu pai deixara-me muitas rendas e propriedades que foram bem cuidadas pelos ex-escravos e serviram para nos acomodar a todos e ver nossas famílias crescerem.
Casei-me com uma linda mulher em época oportuna. Já era formado e atendia em meu consultório quando olhei para Lucie como mulher. Ela era uma das lindas negras de minha fazenda com a qual eu brincara na infância e crescera correndo atras dela pelos gramados. Ela também me olhou com olhar diferente e nos apaixonamos, nos casamos e tivemos dois filhos lindos.
 Meu pai preto, sempre me acompanhou em tudo o que eu fazia. Ele tinha orgulho de mim e da ajuda que eu dava para as pessoas sendo o médico da comunidade. Naná e Papou Saiasi envelheceram , viram seus netos e até bisnetos e morreram com ais de cem anos cada. Eu fiquei muito triste com a morte deles, afinal Papou Saiasi era meu pai preto querido e Naná minha mãe preta.
Antes de Papou falecer ele já sabia de sua morte e me disse:

-Nóis num morre não. Depois do portal que a morte traz tem vida, a vida da alma. Vou sempre estar com você fio.  Quando precisá de argum remédio de planta, me chama que venho te dize como faz se oce num lembrá de tudo o que te ensinei.

Eu jamais esqueceria dos ensinamentos de Papou, pensei. Quero te-lo em meu coração para sempre, mas não vou jamais chamá-lo para me dar receitas de chás depois que ele morrer, cruz credo!

Ocorreu que um dia uma das moças negras da comunidade ficou doente e, por mais que eu estudasse nos livros e tentasse chegar a uma conclusão sobre o que ela tinha, não acertava o remédio convencional. Papou já se fora havia mais de dez anos, nem me lembrava mais da conversa que tivera com ele no seu jardim. Um dia, desesperado por ver uma moça tão linda que poderia ser minha filha, morrendo sem que eu conseguisse ajuda-la, fui fazer um passeio no Jardim de Papou Saiasi para, quem sabe ter alguma iluminação. Me lembrei de como Papou me ensinava e aos meus irmãos negros sobre todas as plantas que haviam ali. Fiquei com os olhos fechados por um tempo e quando abri meus olhos vi nada mais nada menos do que Papou em pé a minha frente. Estremeci até os ossos, mas fiquei ali parado. Ele sorriu para mim como sempre fazia com seus belos dentes brancos. Apontou-me uma planta e eu instintivamente fui até ela. Ele então mostrou quatro dedos e apontou para as grandes folhas. Entendi, quatro folhas. Fez um gesto com a mão, como mexendo em uma panela, cozinhando e por fim mostrou-me com a mão dois dedos. Sim, duas vezes ao dia. Entendi o recado ainda atônito.
No mesmo dia fiz a receita e dei para a moça. Ela sarou em pouco tempo. Dai para diante, sempre que eu tinha casos mais graves que a medicina convencional não resolvia, eu ia até o jardim de Papou Saiasi e ele sempre me orientava. Com o tempo comecei a ouvi-lo em meu pensamento. Ele já não precisava mais fazer gestos.
Envelheci também e tive filhos e netos. Me lembro do dia em que morri.Eu estava em meu avental de médico atendendo um paciente, lá pelos meus 80 anos. Vi Papou Saiasi entrando no consultório em plena luz do dia e não entendi porque ele faria isto, já que eu sempre o via no seu jardim. Ele falou comigo brandamente.

-Vem fio, tá na hora docê passá o portal. Naná e eu te esperamos pra podê segui caminho.

Tive então um desmaio e caí duro que nem uma pedra no chão. Chamaram minha esposa, mas eu já estava morto. Lembro que vi ainda meu corpo caído ali e olhando para trás de mim, vi Papou e Naná de braços abertos me esperando. Senti-me feliz e corri como uma criança para os seus braços. Papou me mostrou seu novo jardim e Naná me levou para onde eles agora viviam, no meio de lindas e coloridas flores.
Dai, não sei como vim parar aqui, sendo filho de minha mãe e de meu pai. Minha mãe é branca e meu pai é Mulato. Meu pai me ensina muitas coisas sobre hortaliças e plantas que curam. Ele mora no meio da floresta em Rondônia. Parece, assim como meu pai preto, saber tudo de plantas que curam. ele tem uns papos estranhos, diz que vê anjos e já viajou num disco voador com Jesus. Acho que é piração do meu pai, o que vocês acham?

domingo, janeiro 31, 2016

No Rio Paraná e numa casca do ovo

Quando, numa viagem a Bonito, passei pelo Rio Paraná, senti uma energia diferente vinda daquele lugar. O nome da cidade de Presidente Epitácio me lembrou uma historia que minha mãe contava quando eu era pequeno e que me fascinava pela grandiosidade da aventura. Minha mãe chamava a cidade de "Porto Epitácio" não sei exatamente porque. Imagino que, antes de existir a ponte que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul, só se atravessava o grande rio de balsa ou de barco a motor e que ao invés da imponente Ponte, havia um porto onde as pessoas pegavam a balsa. Você ja deve estar curioso pela historia não é? Então vamos a ela. Minha mãe, só para explicar porque a historia era para mim uma historia fantástica e, para quem não sabe, era para plégica e andava de muletas. Ela me contou que meu pai as vezes dava uma sumida no mundo para trabalhar em outras terras e que uma dessas sumidas foi quando ele foi trabalhar para um irmão que ele tinha em Mato Grosso. Ele deixou minha mãe em São Paulo, sempre dizendo que ia arrumar trabalho e que a levaria depois para onde estava e foi trabalhar na lavoura de algodão. Foram tempos duros queles, nos idos de 1950. As coisas estavam difíceis e minha mãe passou a morar com uma de  minhas tias.
Ela costurava para fora e quando os clientes iam pagar o que ela cobrara pela costura, minha tia entrava na frente e pegava todo o dinheiro e não dava nada para ela. Ela comia, dormia e permanecia na casa desta tia por falta de opção. Passou uns perrengue e até fome, porque minha tia vigiava tudo o que ela comia e as vezes dava-lhe pouca comida. Um dia, ela se cansou de tanto esperar por meu pai e de passar apertos e, com meu irmão pequeno no colo(eu ainda não era nascido) resolveu ir para Mato Grosso atras do meu pai. Agora, imaginem, se, para uma pessoa normal, sem dinheiro e com um filho pequeno já seria dificil ir de São Paulo Capital a Mato Grosso, pensem nisto colocando a deficiência de minha mãe que andava de aparelho ortopédico e muletas. Mas não foi esta dificuldade que a impediu de ir até meu pai. Pegou o que pode, uma trouxinha com roupas, meu irmão e lá se foi ela para a rua. Pediu carona e foi caminhando em direção ao seu objetivo. Subiu em boleias de caminhões onde os motoristas, verdadeiros anjos, tiveram que lhe colocar em cima do banco, pois ela não conseguia subir. Chegou em fim, depois de muita estrada na beirada do Rio Paraná. Olhou a imensidão daquele rio. Teve um pouco de medo, pois um acidente qualquer que ocorresse lhe seria fatal, pois não sabia nadas e, naquele tempo, nem se pensava em dar coletes salva-vidas as pessoas que atravessavam de barco. A balsa era muito cara e ela estava sem dinheiro. Conseguiu então um pescador que tinha um barco a motor que lhe levaria de graça para o outro lado. Olhou o barco, comparou com o rio, dominou o medo e foi. Entrou naquele barco e pensou: Se Deus quiser me lavar hoje, estou pronta, mas morro tentando ser feliz. Durante a travessia ela se viu num marzão sem fim de agua doce e, comparando o barco em que estava com o tamanho do rio me disse quando cotava a historia: Eu parecia estar numa pequena casca de ovo no meio do mar sem fim. Esta viagem toda foi para ela um encontro com o divino. O deus que há nas pessoas que a levaram até ali, os anjos que a alimentaram durante o trajeto e a seu filho. O anjo pescador que a atravessou naquele rio enorme, barreiras intransponíveis para alguns, não para ela. Do outro lado do rio ela agradeceu ao pescador e a Deus por ter conseguido chegar até ali. Dali para a frente seguiu no lombo de uma mula com seu filho montado a frente, sempre guiada pela mão invisível de Deus que a levava através das pessoas caridosas que foi encontrando. Seguiu trilhas por léguas e assim chegou no local onde meu pai havia dito que estaria.
Quando a viu, meu pai ficou muito feliz e demorou a compreender como o amor de uma pessoa pudesse traze-la de tão longe em tão difíceis condições. Ela morou com ele numa tapera de madeira coberta de sapé por um bom tempo e preferiu mil vezes estar ali do que ficar longe de meu pai. Mesmo que ali também passasse fome junto com ele, estava com seu amado e sua família. Ela me contou que meu pai dera a ela uma pequena garrucha, uma arma pequena, para que atirasse em algum bicho que porventura entrasse na tapera, ja que ela não podia correr. Ela tinha mais medo de atirar com a arma do que dos bichos. Foram várias as vêzes em que cobras vinham, entravam na tapera e ela ficava imóvel esperando os bichos irem embora, mas nunca teve coragem de atirar nelas. Elas as vezes passavam em seu colo, mas ela se apegava com Deus e orava uma oração de proteção que mandava as cobras embora sem lhe fazerem nenhum mal. Tem outras historias que ela me contava sobre um loro que chamava meu pai na roça quando ele tinha que vir comer gritando: (Isaias era o nome do meu pai) Zaía, vem almoçá! Este pobre loro acabou caindo numa panela de sabão fervente e morreu. Tinham também as histórias dos macacos que tinham os olheiros e que vigiavam para que meu pai não pegasse o bando de surpresa no milharal. Certo dia, meu pai os pegou de surpresa e o "olheiro" apanhou pacas dos outros macacos... Ela achou isto muito engraçado. Bom, esta é a historia de hoje. Espero que tenha gostado. Se gostou, comente pra eu ficar sabendo que você esteve aqui e compartilhe no seu face por favor.

sábado, janeiro 30, 2016

Café com Farinha de milho em flocos




Eram umas 3 da tarde.Havia chovido no bairro. Cheiro de terra molhada. Terra vermelha que quando tava seca era pura poeira. A casa só tinha um quarto e um banheiro. Era de madeira. O menino sentado ali na porta via passar na rua carroças carregando ferro velho. Estava difícil a passagem das pessoas. A rua estava que era pura lama. Quintais abertos das casas vizinhas mostravam o quanto o bairro ainda era novo. O menino tinha os pés descalços e lama por fora deles. Pés frios de andar na lama. Sentia lama por dentro e lama por fora. Não via onde tudo aquilo poderia dar. Tudo aquilo era o que ele tinha. Mãe e pai pobres. Irmãos para dividir a comida. Sentado ali ele criava uma planta dentro da lama que havia dentro de si. Criava uma planta verde como um pé de milho. Esta planta lhe dava uma espiga cheia de idéias e estas idéias poderiam dar mais idéias quando plantadas. Para brincar, idéias. Um pedaço de caibro virava um caminhãozinho. Um pausinho menor virava um carro e vrrruuuum....dai um pregador virava um hominho que enfincado na lama esperava o carro para poder sair dali daquele bairro cheio de lama.
O carrinho de pau vinha e parava em frente ao hominho. Era um taxi. O hominho dera sinal. Mas não podia ficar ali parado por muito tempo porque o caminhão queria passar. Bibi, buzinou o caminhão. Quero passar poxa. -Passa por cima, disse o taxista que abria a porta do carrinho para o hominho. O menino via um futuro no qual os carros e caminhões viravam aviões. Dai o motorista do caminhão ficou bravo, ligou uma turbina e voou por cima do carrinho. O motorista do taxi nem ligou. Tava acostumado a ver caminhões voarem e pousarem logo a frente. O hominho pregador sentou em cima do carrinho e este se moveu. A mente do menino prosseguiu com a brincadeira e ele fazia barulhos de turbinas de avião, motores de carro. Encontrou quatro gravetos no meio da lama e fincou no chão. era a casinha do hominho. O taxi chegou na porta e o hominho pagou a corrida. -Obrigado seu motorista.  -De nada disse o Taxista. Parou um pouco de brincar quando sentiu cheiro de café fresco. Era o café fraco e doce de sua mãe. -Qué tomá café filho? Sim mãe, ele responde e pergunta  - Tem farinha de milho grosso? -Tem filho, ja sei qué pô no café né?
O menino entra na casa de chão batido. Apenas uns poucos móveis improvisados feitos pelo próprio pai. Quatro caibros e um compensado viraram uma mesa. O fogão a lenha, o copo de plástico. O menino despeja o café no copo, o cheiro, ah o cheiro do café da mãe é maravilhoso. Depois pega a farinha de milho em flocos e coloca dentro do copo de café. Hum, que delicia.Come com a colher. Ele adora farinha de milho com café. Tem coisa melhor no mundo? Ele senta na cama. A cama é um girau. Novamente quatro paus e um compensado viraram uma cama nas mãos fortes do pai. O pai não está, chega mais tarde. Ainda bem. O pai é briguento e sempre põe defeito no que o menino faz. Quando o pai não está vendo o menino faz caretas nas costas dele. Velho chato, pensa. E volta para a soleira da porta. a chuva cai de novo. O cafe esquentou por dentro. a barriga não ronca mais e pode então retomar a brincadeira. Quer mesmo é ir pra chuva brincar na enxurrada. Quando chove é legal porque ficam grandes poças de água na rua e dá pra pensar que é uma piscina. A mãe não deixa o menino brincar nas poças d'água. -Tem bichinhos nesta água, menino. pega doença. Que bichinos o que? Cadê os bichinhos que o menino não vê. Quando a mãe se distrai, ele pega a brincar nas poças d'água. A noite vem. Os sapos cantam sua mais alegre melodia. O menino não entende como os sapos podem cantar no meio da água fria do brejo verde que tem perto de casa.Quem canta tem alegria, como os sapos podem estar alegres se tão com frio.
Mas eles cantam. Foi, foi, foi , foi e por ai vão no seu foi foi sem fim. Hora de tomar banho. Os pés, as pernas estão sujos de lama vermelha. As mãos então nem se fale. A mãe esquenta a água no fogão a lenha improvisado que tem do lado de fora da casa. A água vem do poço. O menino ainda não tem força pra carregar o próprio balde, quem carrega a água é o irmão mais velho. Ele puxa a água com um sarilho que tem lá no poço. O balde é daqueles de alumínio que tem uma alça. amarrado numa corda o balde desce no poço e sobe cheio, dai o irmão tira a água e põe num latão que é um reservatório. Quando a pai chega em casa do trabalho, o latão tem que estar cheio, senão o irmão apanha. A mãe não pode pegar água porque não tem forças no braço pra isto. Dai o irmão traz água pra mãe que coloca numa lata grande no fogo e esquenta para o banho. Dai tem uma bacia grande de alumínio. A mãe põe a água quentinha dentro, mistura com água fria e da banho no menino ali, no meio da casa. O menino gosta de estar limpinho da lama vermelha que tinha no corpo. A mãe enxuga o menino e o deixa sequinho, quentinho e com as roupas que vai dormir e usar no outro dia. Todos dormem no mesmo quarto. O pai e a mãe dormem na cama com a menina  bebê. Os três irmãos dormem num colchãozinho no chão. O menino nem vê onde tá dormindo, a noite ele simplesmente apaga e sonha. Sonha com a casa da avó.Lá tem frutas deliciosas como mamão, manga e pêssego. E o cheiro. cheiro de casa da avó é muito bom. Lá tem doce, tem balas que o avô sempre trás para os netos. Ele sonha que está lá naquele bairro que a avó mora, la tem ruas asfaltadas, jogo de bola com o Carlinhos no corredor de entrada das casas e a avó conta histórias que leu de livros. Os avós ensinam o menino sobre as bandeiras de todo o mundo e ensinam a ele as primeiras letras. -Está quase lendo este menino, vai ser esperto na escola. Depois da  noite de sonhos lindos com a casa da avó o menino começa a ouvir de novo os sons do dia. Não está na casa da avó, está em sua casa. Parecia tão real, mas não, era sonho. O pai levanta as 5 da manhã para ir trabalhar longe. a mãe lhe dá um beijo e deseja bom trabalho. Dai o galo do vizinho canta. Dai a mãe levanta e começa a lavar a louça e lá vem o cheiro do café delicioso que o pai nem teve tempo de tomar antes de ir pro trabalho. Dai ele levanta e olha na rua de terra, agora mais seca do que ontem, moleque que rodam pneus velhos de carro com as mãos e correm para lá e para cá. Novo dia. Café gostoso com farinha de milho. Chuva, barro vermelho. Lama nos pés. Pes com lama por fora. Menino com lama por dentro. Tocos, carros voadores. Espiga de idéias. Tudo de novo que parece que nunca vai ter fim, tempo que não passa, coisa que parece que nunca vai mudar. Mas nada é urgente senão matar a fome e nada tem pressa, nem a chuva de ir embora, nem a lama de secar por dentro e por fora.

quinta-feira, janeiro 28, 2016

Alguns ensaios meus sobre o tempo:

Daqui de dentro Vejo o tempo que passa correndo feito as notas de uma música sem fim que não vai nunca mais se repetir Vejo da Escócia o lindo lago Ness Da Espanha, meninas de top-less brincando numa praia de Barcelona Mas não há como, mesmo que eu tente parar a música do tempo antes que eu vá e que a dor aumente quero ser feliz neste momento Ouvi de um homem que viveu intensamente não dormia, cochilava, dizia que tinha a vida inteira e era pouco tempo para desvendar os mistérios que o cercavam Quanto tempo meu amor, vou precisar para descobrir e decodificar os segredos do teu coração? e este tempo que não para, preciso de mais 100 anos para achar que tenho tempo. 26.09.1999 Tempo Quando se tem se escorre, Quando não se tem, se morre. Quando se tem muito, envelhece. Quando não se tem dá stresse. Quando se tem sono, se perde Num congestionamento continua correndo Mesmo com seu veiculo, o relógio, parado, anda. Deixa marcas na pele de sua passagem por nós Leva reis, rainhas e mães, leva gente comum como eu e você, breve é o tempo que vivemos quando não nos damos conta do tempo que temos Quem tem a medida do tempo? Quem nunca o perdeu na vida? Quem procura de onde ele vem? Quem achou resposta ou saída do labirinto do tempo? Quem olha para tras e não quer voltar? Para colher a flor que esqueceu a beira do caminho. Quem ficaria indeciso se pudesse voltar? para ver as coisas que não teve TEMPO.
26.09.1999 Espera e tempo Olho os ponteiros, nesta esquina tão movimentada, ela não vem e os ponteiros avançam... Passam homens e mulheres, cachorros passeiam seus donos, mas onde está o brilho do seu olhar? Meu coração ainda bate, tum tum tum... Entro num bar e tomo um café, Faço um comentário para o tempo passar, O homem ri e me dá o troco. Tum tum tum, tenho limites, não há mais tempo. Sinto não poder mais esperar... Vou dar tudo por perdido. Quando me viro pronto para sumir na multidão... la vem, num vestido branco, timida e faceira, ela que tanto me fez esperar. Penso em reclamar pela demora, penso até em sumir, mas vejo-lhe a face alegre TUM,TUM, TUM... fecho os olhos, durmo para o mundo e ela me leva num segundo para onde quiser. AMóR te...

quarta-feira, janeiro 20, 2016

O James Bond Argentino



Tenho um amigo argentino de 70 anos que é uma figura. Desses amigos que você gruda nele e fica torrando até que ele lhe conte uma boa historia. A historia que relato aqui foi contada em várias partes onde ele volta sempre e conta com mais alguns detalhes que fui juntando e talvez até venha a acrescentar algo mais depois de te-la escrito.
Ele é engenheiro eletrônico. Hoje tem uma chácara em Ibiúna que aluga para fins de semana e feriados e vive de concertos em aparelhos eletrônicos que são para mim complicadíssimos, mas para ele são apenas repetições de circuitos e componentes que testa e faz reparos. Tem uma memória fantástica e uma inteligência e expertise em seu ramo de dar inveja aos que exercem sua profissão. Por ter sido militar ele conserva em seu comportamento resquícios de uma disciplina militar super rígida e que denunciam sua formação e sua militância nas forças armadas.
Quando jovem ele foi da policia federal da argentina e solucionava casos complicadíssimos que dariam material farto para filmes do estilo "James Bond". Foi treinado para matar inimigos públicos com todos os tipos de armas, inclusive seu próprio corpo era uma arma letal a quem lhe cruzasse o caminho e quisesse impor violência. Contou-me casos em que desarmou bombas, se disfarçou para poder chegar a chefões do crime organizado e agentes subversivos que queriam até matar seu presidente com armações das mais complicadas e incríveis.
O fatos que ele se apaixonou por uma moça e queria se casar com ela. Os pais da moça concederam-lhe a mão da amada com uma condição. Que ele se casasse e em seguida viajasse para Israel, para onde os pais dela iriam em seguida morar também, só faltavam alguns preparativos que os segurariam por mais um tempo na argentina e para lá viajariam também. Entrou no navio com sua amada e me relatou que, já no Rio de Janeiro, escala do navio, teve uma vontade imensa de jogar sua agora esposa pela janela para se livrar dela porque era muito ciumenta. Ele era bonitão, na verdade o é até hoje, mesmo na velhice. Ela o vigiava o tempo todo e faziam cenas de ciúmes em qualquer ambiente  do navio onde qualquer moça simplesmente olhasse para ele ou conversasse com ele. Na viagem decorreu quase tudo bem, mas a esposa teve muito enjoo e vomitava sem parar, o que lhe fizera ficar um tanto refém da convalescença dela. Ela não queria sair da cabine, mas, se ele saísse, ia atras para ver onde e com quem ele estava. Como as mulheres viam aquele cara bonitão "dando sopa" logo chegavam perto e começavam a querer conversar para conhecê-lo. Logo vinha a esposa e pronto, mais uma cena de ciúmes, brigas e confinamento na cabine em, que os dois permaneciam a maior parte do tempo. Ao chegar em Israel, antes de sair do navio ele recebeu uma carta do comandante dizendo que queria que ele comparecesse urgente a uma reunião no comando, assunto oficial. Ele não entendeu bem o porque da convocação, mas tinha que comparecer a tal reunião. Quando chegou na sala indicada, o comandante lhe disse o seguinte:
-sabemos que você foi da inteligência argentina e que era um dos melhores agentes em seu pais. Estamos lhe convocando para pertencer as forças armadas de israel. Lhe daremos o treinamento necessário para as missões que teremos para você. Sua esposa ficarâ num hotel com tudo pago pelo governo e terá uma condição financeira invejável. Daremos alguns dias para você conhecer a cidade e  descansar da viagem e logo lhe convocaremos para o serviço. Cederemos o seu uniforme e tudo o que você tem que fazer quando convocado é comparecer ao local indicado para treinamento antes das missões que lhe serão designadas. Vamos treina-lo como piloto da força aérea israelense e você irá atuar na manutenção e concerto de aeronaves e também vai pilotar aviões no decorrer de sua estada aqui. Ela, é claro, ficou lisonjeado com o convite e aceitou na hora, sem mais perguntas. Isto resolvia para ele o problema de ter que arranjar algum emprego em Israel, o problema da moradia e também o afastaria da mulher ciumenta durante as missões.
De fato, ele ficou uma semana e pouco conhecendo a cidade e se ambientando ao novo pais. Soube que os pais dela nunca iriam para Israel e usaram o casamento como pretexto para que ele aceitasse viajar e participar das forças israelense. Se tivessem lhe contado a verdadeira intenção de envia-lo para israel ele talvez não tivesse aceitado e se dissessem que o pai dela era um recrutador de especialistas para o exercito Israelense, talvez, pelo seu espírito livre e um tanto egoísta, ele não teria ido.
Ele conta que o treinamento militar era duro. Ele tinha que andar no deserto com todo o aparato de soldado. Roupas quentes, mochila pesadíssima que lhe forçavam os joelhos e treinaram-no sob as mais duras condições para que ele pudesse se sair bem nas missões. Em várias ocasiões, ele tinha que correr com todo o peso que carregava e pular na caçamba de caminhões de guerra (com pneus na frente e esteiras de tanque atras) e os caminhões estariam em movimento. Treinou tiro ao alvo e foi um dos melhores. Fez treinamento com armas brancas e aprendeu crav maga, uma modalidade de artes marciais que faz com que qualquer "Davi" subjugue qualquer "gigante Golias" com apenas um movimento de dedos. No treinamento, em algumas ocasiões ele tinha que colocar os dedos na areia quente e retirar depois de segurar um pouco. Os dedos iam ficando rígidos e a intenção era que ficassem fortes como o aço e rompesse qualquer substância dura com madeira ou mesmo carne e osso facilmente. Aprendeu pontos do corpo humano onde um toque apenas podia jogar no chão desmaiado ou morto um oponente que, quanto mais musculoso e grande fosse, pior seria o tombo.  Teve que todas as manhãs, pegar uma canoa na beira do mar e remar até uma ilha onde deveria chegar, se apresentar marcando sua presença com precisão de tempo e depois voltar ao continente com tempo contado em segundos. Durante o dia aprendia tudo sobre mecânica de aviões, colocação e retirada de misseis nos aviões e tudo sobre pilotagem de caças.
Ele foi muito bem nos treinamentos e logo, depois de poucos meses foi-lhe designada a primeira missão na guerra do golfo ou guerra do Iraque. Esta guerra e esta historia portanto, ocorreu pelos idos de 1990, quando Saddan Hussein, presidente e ditador do Iraque resolveu invadir o pais vizinho, o Kwait e tomou o pais como sua 19a província. Não vou me estender sobre o contexto dessa guerra porque hoje é muito fácil obter mais informações sobre ela na internet. Em suma, países aliados aos EUA fizeram um cerco e bombardearam o Iraque até a destruição quase total do pais. Israel enviava seus caças em missões de bombardeio e também para verificar em comunidades no deserto se haviam Iraquianos disfarçados de beduínos chegando mais perto do território israelense. Foi numa dessas missões que meu amigo foi enviado. Havia um acampamento que ele e sua companhia devia checar e lá se foi o batalhão que treinara nosso James Bond Argentino. Durante a revista, descobriram que realmente haviam inimigos infiltrados no acampamento e um deles era um lider sanguinário do qual ja haviam obtido informações. 
Em vantagem pelo elemento surpresa, renderam sem muito tiroteio necessário  os infiltrados e o lider . Na noite em que isto ocorreu, o comandante da tropa ficou sabendo que nascera seu filho e comunicou a tropa com muita alegria. Meu amigo, que gostava do comandante rejubilou com a noticia e comemorou com a tropa. O comandante israelense, movido pela emoção quis humanizar a prisão do líder iraquiano. Chegou perto dele, disse que seu filho havia nascido e, como estava muito feliz, daria-lhe um pouco de vinho e soltaria suas amarras para que bebesse e comemorasse com eles. Fiava-se o comandante no fato de que só soltaria um prisioneiro e que haviam em volta dele vários soldados israelenses, logo o homem nem pensaria em fazer qualquer ato de violencia ou nem pensaria em fugir. Quando o comandante empessoa soltou o homem, ele pegou-lhe a arma rapidamente e com a baioneta rasgou a barriga do comandante de forma que seus intestinos vieram para fora e ele caiu imediatamente morrendo segundos depois. Nosso James Bond Argentino quando viu aquilo, imediatamente passou fogo no homem com sua metralhadora. Primeiro nas coxas para que ele caísse, tomou-lhe a arma do comandante e desta vez atirou em seus pés com ela. Depois que o homem sofreu um bocado, atirou no abdômen e depois na cabeça. Poxa, mas você o matou friamente assim? perguntei eu no decorrer de sua historia. Ele me respondeu, sim. O comandante afinal era meu amigo e lhe fizera um gesto de amizade soltando-o e ele agiu deste jeito. Que mais poderia fazer? Sei lá, respondi eu, matasse o cara logo de vez. Mas e os soldados presentes o que fizeram? perguntei imaginando a cena. Alguns ja haviam bebido um pouco na comemoração e estavam meio lesos. Tudo aconteceu em poucos segundos, nem sei te dizer o tempo. Um dos soldados apavorados pegou a metralhadora e também atirou no cara, só que a pontaria dele não foi das melhores. As balas pegaram numa pedra que havia perto e uma delas ricocheteou pegando em minha perna. Quando me dei por conta estava eu, no meio do deserto, com aquele monte de soldados e ferido a noite. Os soldados viram o sangue em minhas pernas e vieram ao meu socorro. Eu sabia que iria apagar em breve se não contivesse o meu sangue que esvaia. Levávamos em nosso kit de sobrevivência uma agulha para costurar cortes. Arranquei fios de nylon de minha jaqueta, enfiei na agulha e pedi a um soldado que esterilizasse minha faca na fogueira. Ele a queimou no fogo e, ardendo como estava, eu enfiei no corte e retirei o chumbo que havia entrado. Com a agulha e linha costurei minha perna bem aqui. E me mostrou a cicatriz que tem até hoje acima da canela, na barriga da perna. -Então costurei esquecendo a dor e cuidando de fazer pontos firmes e em espaço pequeno um do outro. Fui fechando até costurar tudo. Os soldados a minha volta se enojavam e sentiam por mim a dor que eu me negava a sentir.Passei uma gaze por cima e amarei e assim o sangue foi sendo contido e parou de sair. Mas eu sabia que se não fizesse isto poderia causar gangrena ou uma infecção séria até ser atendido num hospital de base que sabia la eu quando ocorreria o atendimento. No outro dia conseguiram me levar para um hospital de base e os médicos ficaram admirados com o meu procedimento. Eles tiraram raio x e constataram que não havia mais chumbou ali. Me parabenizaram e disseram que felizmente eu não costurara constrangendo nenhuma veia ou artéria e que tudo ia ficar bem se eu trocasse os curativos. A guerra prosseguiu ainda por um tempo e meu amigo depois de recuperado ainda participaria de algumas missões. Depois, a guerra acabou e ele então foi dispensado dos serviços e em pouco tempo quis voltar a Argentina com a esposa. Sei que ele se separou dela, porque teve outros casamentos. Depois de um tempo ele veio morar no Brasil e viveu aventuras aqui porque inventava produtos eletrônicos que o deixaram muito bem de finanças por um bom tempo. Ele hoje conta muitas historias e eu sempre o instigo sempre a me contar mais pois suas histórias são sempre interessantes como achei esta.