terça-feira, abril 26, 2005

Pressa - Texto experimental(nao me xinguem)

Pressa era uma mulher muito atarefada, só tinha tempo para pensar nas coisas que tinha que fazer e em mais nada.Vivia correndo pra lá e pra cá sempre dizendo: Tenho que fazer isto, tenho que fazer aquilo. Pressa nunca parava para dar atenção a ninguém ou dar um sorriso ou mesmo agradecer pela atenção que o dono da banca de jornal lhe prestava, essas coisas que enfeitam a vida sabe?. Amigos ou filhos, Pressa não tinha. Pressa só tinha Pressa mesmo. Não queria ninguém para atrapalhar a sua vida.Tinha sim inimigas mortais. Sua pior era uma juiza chamada Perfeição que morava do outro lado da rua. Esta ela odiava com todas as forças. Os anos passavam muito rápido, porque com tanta pressa, Pressa nem se dava conta do tempo que perdia por não viver as coisas simples da vida, sentir o vento bater em seu rosto, ler um bom livro de romance, cheirar uma flor, brincar com uma criança, sentir os pingos da chuva... falar em chuva, quando chovia Pressa ficava com mais pressa ainda porque o transito parava e Pressa chegava sempre atrasada aos compromissos.Num desses dias chuvosos, num desses corre-corres de Pressa, ela encontrou Indiferente. Era um rapaz bonito, e Pressa depressa se apaixonou. Tiveram uma filha juntos nove meses depois que se chamava Ausência. Pobre menina foi criada sozinha já que Pressa nunca teve muito tempo para cuidar dela e a deixava com sua empregada Ansiedade. Indiferente, o pai de Ausência, vivia em seu mundinho fechado e nunca dava atenção para a filha. Ausência não sabia o que era brincar com o Pai, embora estivesse sempre com ele, nem com a mãe embora esta também a levasse para o trabalho sempre que possivel para que Ausencia passasse horas brincando com um colega seu de trabalho, Computador e nao torrasse a Paciência, moça bonita que trabalhava na mesma sala que Pressa, mas criticava a forma de Pressa levar a vida.Ausência só brincava um pouco com outras crianças quando ia na escola do bairro. Ausencia adorava ficar nas bibliotecas sempre que podia e lia muitos livros. Era amiga de todos os bibliotecários que adoravam servi-la ao invés de responder as perguntas chatas dos outros usuários. Os funcionários da biblioteca já estavam acostumados com a menina que dava uma passada lá todos os dias, nem que fosse para dizer um olá. Sabiam que não podiam ganhar muito com a sua amizade, afinal de contas Ausência éra apenas uma criança, mas gostavam muito da mãe da menina e a tinham como exemplo de pessoa eficiente por a conhecerem tão bem. Nas conversas que tinham ao almoçar juntos, comentavam que a mãe de Ausência era muito competente. Falavam dela no café, no almoço e no trabalho. Pressa, Pressa, Pressa, sempre lembravam dela quando entrava um novo usuário que vinha com perguntas e tentavam despacha-lo o mais rápido o possível, mesmo que este ainda tivesse dúvidas sobre o material a ser consultado. Pressa mesmo nem se dava conta de que a admiravam tanto pois nunca tinha tempo para acompanhar sua filha em bibliotecas e sempre dizia
--Para que eu preciso de conhecimento se tenho informações que me satisfazem?
Um dia Ausência, a muito custo, conseguiu convencer Pressa a ir com ela até a biblioteca mais próxima. Pressa não queria perder tempo com livros, e nunca tinha ido a uma biblioteca antes mas, uma vez na vida, pensou que não faria mal fazer um gosto da filha. Ao entrar na biblioteca todos a reverenciaram e ela nem sabia porque. Então ela pediu muitos livros para ler, já que estava lá, não podia perder tempo. Foi atendida prontamente pelos bibliotecarios. Os livros, foleou alguns sempre com pressa, revistas, lhe encantavam as figuras e manchetes, não mais que isto lia. Gostou muito das enciclopédias antigas que tinham um pouco de tudo, mas de tudo muito pouco para se aprofundar nos assuntos. Pressa não gostava de se aprofundar. Leu o suficiente e saiu da biblioteca com algumas descobertas que fez:
Embora fosse já velha, nunca iria morrer.
Ficaria para sempre junto de seu marido e de sua filha, onde quer que estivessem.
Embora nunca levasse ninguém a lugar algum, sempre daria a impressão de que era muito útil.

...........Leitor, como o título diz, este texto é experimental, desculpe por não conseguir termina-lo, afinal estou com muita pressa, mas quem sabe você não poderia dar algumas sugestões de como acabar de escrever esta historia?
Se você acha que Pressa não deve ser imortal em sua vida, ligue para seu proprio celular e diga isto olhando no espelho.....

Rudi Santos

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